Descrição:O inglês Aleister Crowley foi considerado um dos maiores magos do século XX, uma das figuras mais polêmicas, controversas e influentes da sua época. Era um ocultista de profunda visão teórica e possuía vasta experiência prática, tanto em ocultismo como em magia. Deixou registrado o seu conhecimento em suas obras literárias, que são utilizadas até hoje como fonte de estudos e pesquisas. A Besta 666, como se autointitulou, estudou e praticou cabala, geomancia, ioga, meditação, rituais diversos, I-Ching e astrologia. Criou, em parceria com Frieda Harris, o Tarô de Crowley, que ficou conhecido como obra-prima. Ele buscou desvendar a correlação entre magia, sexo e drogas; apreciou e produziu arte; estudou mitologia, teosofia e as principais religiões; além de instituir o sistema de magia chamado Thelema e ser líder mundial da Ordo Templi Orientis (O.T.O.). A vida e a obra de Crowley são a abordagem deste livro, que traz a biografia deste que foi, e ainda é, amado por uns e odiado por outros, mas que deixou o seu nome registrado na história da magia e do ocultismo.
Resenha do livro:Johann Heyss acerta em cheio! Separa argumentos bem construídos e suportados, segundo ele mesmo, por uma pesquisa de 15 anos de contato com as obras de Crowley e um ano e meio de uma escrita bem pesquisada e feita nesta obra.
Aleister Crowley desempenhou um papel importante quanto à popularização de uma abordagem mais “científica” do espiritualismo e da magia além da conscientização de que as virtudes defendidas pela sociedade são abomináveis.
O livro traz detalhes curiosos como, já em sua infância, mesmo com o ensino religioso constante, começava a dar suas pontadas de curiosidade em direção à verdade. Chegou a perguntar ao professor “como era possível Jesus ficar sepultado por três dias e três noites se havia sido crucificado em uma sexta-feira e ressuscitado no domingo…?“. Essa garra e curiosidade incansáveis foram minadas por diversas pessoas em sua vida, não só no ensino, como sua família extremamente rígida, fazendo-o sofrer por sequer pensar de maneira diferente dos demais.
A morte do pai abalou muito sua vida. Assim que ele morreu, disseram a ele que isso era a “vontade de Deus”. Como o admirava, chegou à conclusão que tudo que o ensinaram deveria ser mentira, já que seu Deus não o compensou por sua dedicação religiosa, portanto, o exato oposto seria o mais lógico de ser a verdade, que se existisse um Deus, aquelas pessoas que adoravam aquele outro Deus eram impostoras. Crowley direcionou os anos seguintes de sua vida a mostrar à sociedade onde o cristianismo corrompe e os motivos pelos quais esses valores morais devem ser aniquilados para que seja possível viver (propriamente dito).
O livro não deixa pra trás a parte mais sombria e os aspectos menos admirados e/ou mais tristes da vida de Crowley. Fala também sobre as diversas amantes que teve pela vida, seus experimentos mais sinistros em nome da verdade em sua adolescência, o uso das drogas e sua tentativa de parar com o vício (que resultaram na escrita do livro Diaries Of A Drug Fiend), além da fase em que teve de escrever livros para sobreviver em sua estadia nos Estados Unidos.
Por outro lado, cita detalhes sobre as fases boas de sua vida, sua época Dionisíaca, suas viagens, feitos importantes como: detalhes sobre a criação da Argentum Astrum, a A. A., o incentivo de que seus iniciados fossem autodidatas e não fizessem reuniões em grupos, como ocorre em outras ordens como, por exemplo, a Maçonaria, além da deturpação de seus conceitos inicialmente ditos.
Tarot de Thoth
Demonstra também a diferenciação que fez da ciência da magia e das falsificações e a criação do termo “Magick”, detalhes sobre os conceitos da magia sexual, o evento da criação da O.T.O., a relação entre a magia branca/negra e a falta de comunicação com o anjo guardião, maiores detalhes sobre esta entidade, Aiwass (além da relação autor- obra), além de uma premissa muito interessante e que deve ser mencionada sempre que possível aos cristãos de plantão por ai:
"Demônios e anjos são seres sem distinção de bem ou mal."
Além disso há descrições de fatos curiosos que permearam sua vida, como a tentativa do estabelecimento da Lei de Thelema como o ideal Nazista, o rumor sobre “The Book of Shadows”, seria Crowley e não Gerald Gardner, o autor da obra?
Crowley e Fernando Pessoa jogando Xadrez
Em resumo, não somente indicamos esse livro para todos aqueles que têm interesse por magia e ocultismo. Indicamos também para aqueles que têm preconceitos em relação a Crowley. Muitos o temem, o idolatram, ou falam mal de algo que disse sem ao menos terem lido suas obras, como o próprio autor do livro comenta no começo deste.
Recomendamos que o leitor embarque em pelo menos algumas obras de Aleister Crowley e leia essa biografia para então tirar suas conclusões. Lembrando que mesmo os que não gostam de algumas coisas da vida de Crowley podem encontrar ensinamentos inesquecíveis em sua jornada, há muito a ser usado em nossas vidas.
Resolvi encerrar essa resenha com uma frase dele, citada também no livro em que é possível notar claramente a crítica à repressão sexual (principalmente da mulher) defendida há séculos pelas doutrinas cristãs e monoteístas:"Nós, de Thelema, não somos escravos do amor. ‘Amor sob vontade’ é a Lei. Recusamo-nos a considerar o amor algo vergonhoso e degradante, um perigo para o corpo e a alma. Recusamo-nos a aceitá-lo como sendo a submissão do divino ao animalesco, para nós o amor é a forma pela qual o animal pode ser transformado na esfinge alada que leva o homem à casa dos Deuses."Autor: Johann HeyssAno: 2010Editora: MadrasPáginas: 228Livro Novo.
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